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Escolta privada para presos põe em risco a vida dos agentes







Presos albergados têm chegado com segurança particular à Casa de Detenção do Monte Santo. A denúncia é feita por agentes penitenciários que reclamam da falta de coletes balísticos, infraestrutura inadequada, carência no policiamento em horários de entrada e saída e pouco efetivo penitenciário para a grande demanda do sistema. A segurança é feita por homens armados que chegam em carros e motos. Somente este ano, dois homicídios já aconteceram na hora de liberação dos albergados, às 05h da manhã. O último caso aconteceu na última sexta-feira e vitimou o apenado Wellington Nascimento Cruz, 24, que foi morto com sete disparos. Os crimes são apontados pelos agentes como acerto de contas, e os profissionais temem serem vítimas de bala perdida.

Um dos agentes penitenciários que confirma a existência da segurança paralela, não quis se identificar. Ele trabalha há na administração penitenciária. “Isso acontece mesmo lá no Monte Santo. Os apenados têm medo de chegar desarmados, e vêm realmente escoltados por outros bandidos. Isso acontece desde quando o albergue era no Serrotão. Quando eles se apresentam à noite são revistados, e quem chega para matá-los pela manhã, sabe que eles estão desarmados quando saem. A ladeira do Serrotão já foi palco de muitos homicídios. Geralmente os crimes acontecem por inimizade dentro dos presídios”, diz o agente.

Associação reconhece problema

Quem também atesta que a escolta acontece há muito tempo é o presidente da Associação dos Agentes Penitenciários (Aspen), Cristóvão Ribeiro. Ele conta que o número de reclamação por parte dos agentes é constante em relação a isso, principalmente por falta do colete balístico. “Isso é uma prática recorrente. Acontece direto. Sempre. Eu não posso dizer que vi, mas colegas visualizaram e nos comunicaram sobre isso. Geralmente eles chegam dentro de carros, acompanhados por homens armados. Essa escolta deixa e busca o apenado no outro dia, na hora da liberação. É uma porcentagem pequena de apenados, mas acontece. O que a gente reclama é da falta de coletes balísticos e, principalmente, do armamento inadequado. Enquanto eles estão armados de pistola, a gente está com um revólver e sem colete. Em um possível caso de tiroteio, ou troca de tiros entre eles mesmos, algum agente pode sair ferido, e este não é um fato raro de ocorrer”, reclama o presidente da Aspen.


Direção nega a escolta

O diretor da unidade, Clóvis Brasileiro, conta que está há apenas três meses no cargo e durante esse tempo não ouviu reclamações sobre a escolta contratada pelos presos. Por outro lado, ele admite que existe uma insatisfação dos agentes em relação a falta de coletes balísticos e de policiamento nos horários de entrada e saída dos apenados. “Os apenados chegam todos numa hora só, e o que a gente sabe é que alguns grupos vêm uns com os outros, juntos. A história da escolta nunca chegou ao conhecimento da direção. Nós trabalhamos com revólver 38 e uma espingarda 12, mas com munição não letal. Não temos os coletes balísticos, e além de essa ser uma reivindicação dos agentes, temos falta de efetivo suficiente para trabalhar. Este ano aconteceram dois homicídios e uma tentativa, o último na sexta-feira. Na maioria das vezes é acerto de contas”.

Falta apoio na hora do perigo

O diretor conta que no final do ano passado, um tiroteio na frente da unidade deixou os agentes aflitos. “Em dezembro passado, uma apenada foi morta aqui na frente e os disparos atingiram e transpassaram o portão. Por muito pouco os agentes não foram alvejados. A maior reclamação é da falta do colete e do apoio da Polícia Militar na hora que eles são liberados, às 5h da manhã. Já enviamos um oficio no início do ano, mas sentimos essa carência. Faz oito meses que estamos sem policiamento, que tanto é importante para a integridade de quem cumpre pena, tanto para os agentes”, reclama o diretor.

Fonte: Correio da Paraíba
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