A Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ) aprovou em decisão terminativa, na última quarta-feira, dia 28,
projeto de lei da Câmara (PLC 87/2011) que altera o
Estatuto do Desarmamento (Lei
10.826/2003) para autorizar agentes e guardas prisionais,
integrantes das escoltas de presos e equipes de guardas portuários a portar arma
de fogo, de propriedade particular ou fornecida pela corporação, mesmo fora de
serviço.
Atualmente, essa permissão alcança
categorias como integrantes das Forças Armadas, agentes vinculados à Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) e à Presidência da República e policiais
federais. No entanto, o Estatuto do Desarmamento deixou de fora os quadros que
atuam nas guardas penitenciárias e portuárias.
Para o relator, senador Gim Argello
(PTB-DF), “esses servidores, pela característica de suas atividades, vivem em
situação de perigo constante e iminente”, e por isso é necessário que possam
portar arma a qualquer tempo e em qualquer ponto do território nacional, como
prevê o projeto aprovado pela CCJ.
A proposta tramita em conjunto com
projeto de lei (PLS 329/2011)
do senador Humberto Costa (PT-PE), que restringia a medida apenas aos agentes
penitenciários federais. O relator rejeitou a proposta de Humberto Costa, uma
vez que esses agentes federais já estão contemplados no projeto da Câmara.
Apesar de se declarar defensor do
Estatuto do Desarmamento, Humberto Costa considerou necessária a medida pelo
risco sofrido por essas categorias fora do ambiente de trabalho. O parlamentar
não acredita que essa permissão vá favorecer o envolvimento irregular desses
profissionais em atividades de segurança privada, mas, caso isso ocorra, avalia
que essa eventual transgressão poderia ser punida por uma fiscalização e legislação
mais rigorosa.
Se não houver recurso para votação no
Plenário, a matéria seguirá direto para sanção presidencial, já que o Senado
não modificou o texto aprovado pela Câmara. Durante a votação na CCJ, a
senadora Ana Rita se absteve de votar, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP)
votou contra.
O presidente do Sindseap, Manuel
Leite de Araújo, reconhece os esforços da Fenaspen, que, juntamente com as
entidades filiadas, esteve mobilizada permanentemente ao longo do decorrer da
tramitação dos projetos de lei, onde por diversas vezes, a votação foi adiada,
inclusive, na última quarta-feira, estava prevista a votação e a mesma não
ocorreu. Na ocasião, Manuel Leite de Araújo esteve presente à Câmara Federal,
mas não houve a votação.
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